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terça-feira, 9 de novembro de 2010

Pequenas Histórias

Isso poderia ser descrito como um pensamento e não como uma história fictícia. Aconteceu e foi mesmo o melhor momento de toda a minha vida.


O abraço

Era um dia normal - ou melhor, era para ser um dia normal. - Havia tomado a decisão de contar-lhe toda a verdade.
Foi extremamente difícil convencer-me disso tudo, afinal uma das pessoas mais importantes para quem eu havia dito, tratou-me com desdenho. Era agora uma questão de confiança.
Fazia sol, ninguém poderia nos ouvir. Disse-lhe que precisava contar uma história... Seria uma conversa das sérias. Descemos as escadas de mãos dadas, ele curioso; eu nervosa. Impossível enumerar as borboletas no meu estômago, controlar a minha ânsia, meus batimentos cardíacos, a minha respiração. Meu corpo tremia, mas nem fazia frio. Meus pés levavam-me ao lugar apropriado, mesmo que eu não pudesse senti-los me guiar. Parecia que eu soluçava, que eu fazia novas expressões faciais por segundo e que ele apertava com mais força a minha mão.
Sentamos na rede. Preferi ficar de costas para ele, recostando-me em seu peito, sentindo sua respiração, por mais que a minha estivesse trilhões de vezes mais acelerada.
Foi então que eu notei o quão difícil seria soltar aquelas palavras. Gaguejei. Sussurrei. Travei. Embolei. Nada saía por completo da minha boca. Nenhuma frase com nexo, nenhuma palavra que o fizesse deduzir. Mas uma hora eu tinha de conseguir... Lhe disse a metade da frase e logo após as minhas reticências, surgiram lágrimas dos meus olhos. Elas caíam como nunca antes, era insaciável, indescritível. Era como sangue, eu realmente sentia-as sangrar, derramar por minha face... Sem nenhuma hipérbole. Porque para momentos como este, exageros eu descarto.
Mas continuando... Após as reticências seguidas de lágrimas, ele finalmente completou a minha frase, deduzindo tudo que havia acontecido comigo. Não preciso dizer o que é, mas posso afirmar que foi a pior situação que já passei. Algo inacreditável, surpreendente, terrível e totalmente destruidor. E ele adivinhou, ele conseguiu falar quando agora soluços reais impediam que eu terminasse a frase.
Então, quando para mim aquele teria sido o momento mais difícil, percebi com clareza que foi o melhor que já me acontecera...
Ele então me abraçou. Forte. Sincero. Acolhedor. Confortante. Foi simplesmente perfeito.



Rafaela Menezes.

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