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domingo, 3 de junho de 2012

Moradia

 Estar com ele, para ela, era poder fugir de tudo. Estar com ela, para ele, era como se pudesse sentir o gosto da vida, enfim. Os olhos se mantinham colados, os risos sem qualquer modéstia e os toques, refugiados. Ela tinha essa coisa estranha de se sentir em casa dentro daquele abraço, menos em sua casa. Ele fazia questão de estar ali, mesmo daquele jeito irritante, mesmo com todas as coisas odiáveis, detestáveis e repugnantes. É que a vida acontecia ali, sempre, a cada dia, entre eles. Ele estava mal, ela chorava, ele tinha problemas, ela era problemática. Acontece que com ela, ele podia ser feliz, mesmo que tudo indicasse que não poderia acontecer jamais. E com ele, felizmente, ela podia sorrir. Mesmo que quando a noite invadisse, caísse em prantos, chorasse sem cessar, morresse por horas e horas. Por nada. Não era nada mesmo não. É só que aquela cama, aquelas paredes, aquelas pessoas… Bom, ela não estava em casa.


Rafaela Menezes (via tumblr)

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