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quinta-feira, 30 de junho de 2011

Sem título

Tentar evitar já não parece mais tão fácil. Por falta de costume ou por falta de vontade, não tem diferença... Apenas não é simples.
É como ler um livro sem título ou dizer coisas sem precisar abrir a boca. É sorrir com os olhos, sorrir sem sequer perceber tal ato. Procurar inconscientemente por tudo, encontrar tudo e ainda assim não ter nada. Uma sede insaciável, mesmo tendo tanta água.
Por isso não me parece tão fácil evitar todas as coisas que meu corpo faz sem notar, ou controlar onde minha mente segue tão serena ao encontro de apenas uma coisa. Ou até mesmo livrar minha alma de ter sua proteção, de ter sua pureza e sua vontade.
É acreditar que pode-se ouvir meu coração, de tão rápido e forte dentro de mim. É pensar que todos escutam minha respiração, que viram meu sorriso, que notaram a maneira como meus olhos transpareciam tudo... O jeito que minhas mãos ficaram instáveis e, os pés, desequilibrados. É crer que tudo está extremamente notável para todas as pessoas erradas e, ainda assim, ser a única a perceber.
Ouvir as palavras mais perfeitas, enxergar cores que não existem e, por mais incrível que possa parecer, ser eufêmica em todas as coisas. Cantar a música mais bonita, ver o sorriso de uma criança, receber um elogio, ser reconhecida, estar com as pessoas que gosto... Todas essas sensações em apenas um rosto. Em apenas uma pessoa.
E nada disso precisa de classificação. Pessoas não precisam de nomes e sentimentos não precisam de títulos.

Rafaela Menezes.

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